Os resultados do terceiro trimestre da JBS (JBSS3) surpreenderam o BTG Pactual. O frigorífico apresentou lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 8 bilhões, 9% acima das expectativas do banco. O grupo alimentício lucrou R$ 3,1 bilhões no intervalo de julho a setembro, uma disparada de 778% sobre o mesmo período de 2019, quando o resultado somou R$ 356, 7 milhões.
O BTG reafirmou a recomendação de compra e projetou um preço-alvo de R$ 36 para os papéis, o que representa uma alta de 70,3% sobre o fechamento de segunda-feira (16), R$ 21,14. “Aparentemente, a JBS projetou seus resultados financeiros contra as oscilações do dólar”, diz o banco, em relatório.
O bom desempenho da Seara, empresa controlada pela JBS, influenciou diretamente os resultados financeiros. “Receita cresceu para R$ 7 bilhões, ‘apenas’ 30% abaixo da rival BRF no trimestre, com Ebitda de R$ 1,1 bilhão e margem de 15,7%”, afirma o BTG. Outro destaque foi a divisão de carne bovina nos EUA que, apesar dos resultado abaixo dos pares, mostrou um Ebitda sólido.
O banco afirma que o desempenho das ações da JBS no ano tem sido um “mistério”: o grupo apresenta bons números, mas a ação continua descontada demais. “Embora acreditemos que alguns dos ventos favoráveis relacionados ao ciclo das commodities logo se dissiparão na forma de margens mais baixas, e que o investidor ainda tema os riscos de manchetes e riscos pendentes, insistimos que, mesmo sob premissas mais conservadoras, a ação parece excessivamente descontada”, diz a equipe de research.