O Ibovespa é o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
O Ibovespa hoje fechou em alta e renovou o seu recorde de encerramento do ano. Nesta sexta-feira (9), o principal índice da B3 terminou a sessão em valorização de 0,21% aos 136.511,88 pontos, depois de oscilar entre máxima a 137.286,02 pontos e mínima a 136.105,44 pontos. O volume negociado foi de R$ 29,7 bilhões. No pregão anterior, o IBOV chegou a atingir o seu recorde histórico, ao alcançar o nível de 137.634,57 pontos.
O mercado acompanhou a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,43% em abril, resultado 0,13 ponto percentual abaixo da taxa de março (0,56%). “Tendo em vista a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual para 14,75%, não vemos o resultado do IPCA impactando a direção da política monetária. A nossa visão é de que a alta da última quarta-feira (7) da taxa foi a última”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.
A temporada de balanços continuou no radar dos investidores. As ações do Itaú (ITUB4) dispararam 5,41%, depois que o banco apresentou lucro líquido gerencial de R$ 11,128 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um resultado 13,9% superior ao observado em igual intervalo de 2024. Com o desempenho dos papéis, o valor de mercado da instituição alcançou, pela primeira vez, a marca recorde de R$ 377,3 bilhões, de acordo com dados de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
Já MRV (MRVE3), CSN (CSNA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Petz (PETZ3) foram algumas das empresas que sofreram após reportarem os seus resultados do primeiro trimestre de 2025. “Os maiores impactos negativos foram nos setores de consumo cíclico e industriais, seguidos das divulgações dos balanços, com destaque para MGLU3, que viu seu lucro cair 54% em relação ao primeiro trimestre do ano ado”, afirma Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones caíram 0,07% e 0,29%, respectivamente, enquanto Nasdaq ficou estável. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na rede Truth Social que “uma tarifa de 80% para a China parece correta”. O republicano também reiterou que a China deveria abrir seu mercado aos Estados Unidos. “Mercados fechados não funcionam mais”, afirmou.
O mercado agora aguarda os desdobramentos da disputa tarifária entre os dois países. O vice-primeiro-ministro do conselho de Estado da China, He Lifeng, se reunirá com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na Suíça, no sábado (10). O principal representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, também estará em Genebra. “No geral, o mercado adotou um tom mais cauteloso no pregão, de olho nos próximos dias e nos desdobramentos do fim de semana, quando acontece um encontro entre Estados Unidos e China, na Suíça”, destaca Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
O dólar hoje fechou em queda de 0,11% a R$ 5,6548. “A moeda americana operou próxima à estabilidade no mercado à vista, acompanhando o enfraquecimento global do dólar diante das expectativas em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que terão início amanhã, na Suíça”, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As ações da Porto Seguro (PSSA3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 5,66% a R$ 46,65. A Porto encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 832 milhões, o que representa um crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano ado.
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A PSSA3 está em alta de 6,05% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32%.
Petrorecôncavo (RECV3): 5,49%, R$ 14,21
Quem também se saiu bem foi a Petrorecôncavo (RECV3), que avançou 5,49% a R$ 14,21. A empresa registrou lucro líquido de R$ 227,5 milhões no primeiro trimestre do ano, mais do que o dobro do que o ganho obtido um ano antes.
A RECV3 está em alta de 10,67% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 12,34%.
Itaú (ITUB4): 5,41%, R$ 37,23
Outro destaque positivo foi o Itaú (ITUB4), que registrou valorização de 5,41% a R$ 37,23, também beneficiado pelo balanço do primeiro trimestre.
A ITUB4 está em alta de 4,7% no mês. No ano, acumula uma valorização de 39,7%.
Os papéis da Azul (AZUL4) tombaram 11,89% a R$ 1,26, sofrendo a maior queda do Ibovespa hoje. Fora do índice da B3, os papéis da Gol (GOLL4) derreteram 25,21% a R$ 0,989, após a companhia marcar uma assembleia para discutir uma proposta de aumento de capital.
A AZUL4 está em baixa de 14,29% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 64,41%.
MRV (MRVE3): -11,22%, R$ 5,46
Na lista de principais baixas da sessão, figuraram ainda os ativos da MRV (MRVE3), que cederam 11,22% a R$ 5,46. A MRV&CO, conglomerado que reúne MRV, Luggo, Urba e Resia, teve prejuízo líquido consolidado ajustado de R$ 262,9 milhões no primeiro trimestre de 2025. O resultado representa uma piora na comparação com o mesmo período de 2024, quando o grupo teve prejuízo de R$ 11 milhões.
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A MRVE3 está em baixa de 7,77% no mês. No ano, acumula uma valorização de 2,82%.
CSN (CSNA3): -9,87%, R$ 8,68
Quem também sofreu por conta dos resultados trimestrais no Ibovespa hoje foi a CSN (CSNA3), que recuou 9,87% a R$ 8,68. A companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 732 milhões no primeiro trimestre de 2025, 52,5% maior em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2024.
A CSNA3 está em baixa de 6,67% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 2,03%.