Aversão ao risco: mercados globais caem com aumento das tensões comerciais e Ibovespa recua

As bolsas internacionais operam com viés negativo nesta segunda-feira, refletindo o aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, após o anúncio de que Donald Trump dobrará as tarifas sobre aço e alumínio importados. A medida gerou cautela em Wall Street, que também digere dados fracos da indústria americana e aguarda o discurso de Jerome Powell (14h). Na Europa, investidores acompanham as negociações comerciais americanas e a expectativa pela decisão do Banco Central Europeu (BCE). Neste ambiente de baixo apetite ao risco, o ouro avança mais de 2%, os rendimentos dos Treasuries sobem e o índice dólar (DXY) se desvaloriza. O petróleo, por sua vez, tem ganhos superiores a 3% a partir de tensões geopolíticas e aumento da produção da Opep+ menor que o esperado.

No Brasil, após abertura em alta, o Ibovespa inicia a tarde no campo negativo, apesar da forte valorização do petróleo. A queda do dólar, em meio à aversão ao risco em outros mercados, favorece o real, porém os vencimentos médios e longos dos juros futuros acompanham a alta dos Treasuries, ignorando também a melhora das perspectivas de inflação do Boletim Focus. Por volta das 13h40, o principal índice da bolsa brasileira caia 0,19%, aos 136.761 pontos, enquanto o dólar recuava 0,31% frente ao real, cotado a R$ 5,70.

Na carteira do Ibovespa, os papéis da Gerdau se destacam com forte valorização, impulsionados pela decisão de Trump de elevar tarifas sobre o aço, o que poderia favorecer suas operações nos Estados Unidos. As petroleiras também avançam, refletindo a alta do barril da comodity. Em contrapartida, exportadoras como CSN Mineração e frigoríficos recuam com a desvalorização do dólar, enquanto a Gol dispara após divulgar resultados operacionais e avanços no processo de recuperação judicial.

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