Fui a um “hotel de fitness” em Dubai, onde executivos gastam milhares em treinos e banquetes de luxo

Por Rainbow Nelson, Fortune

07/06/2024 | 19:47 Atualização: 07/06/2024 | 19:47

Vá de férias. Volte sarado. Esse é o apelo sedutor para ser uma cobaia com tudo pago em um novo tipo de hotel de luxo voltado para fitness, o SIRO One Za’abeel em Dubai. Que maneira melhor de celebrar os 50 anos do que chamando alguns reforços para minha batalha de meia-idade contra a gordura? Eu fiz a reserva, sonhando com meu novo abdômen definido e me sentindo mais em forma só de pensar. Só quando embarquei no meu voo para Dubai é que me perguntei: No que exatamente eu me inscrevi?

O conceito recém-lançado da Kerzner International Resorts promete uma experiência “projetada para potencializar seu desempenho”. Isso é código para “campo de treinamento para gordos no deserto”? Eu me inscrevi para ser o brinquedo de algum sargento exército sádico? Respire. Respire. Respire.

No lobby pouco ortodoxo do SIRO One Za’abeel, um recepcionista atlético me entrega um expresso, ativando meu sistema nervoso parassimpático para me acalmar. Fica claro onde eu desembarquei: um campo de treinamento para os modernos Mestres do Universo. O resort urbano ostenta seis andares de “laboratórios” fitness e recuperação de última geração, quartos “otimizados para desempenho” espaçosos com áreas de fitness privativas e o a 11 restaurantes de primeira linha, cada um oferecendo vistas deslumbrantes do da linha do horizonte vertiginosa de Dubai.

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Se você acredita nos outdoors de 40 pés da empresa imobiliária no aeroporto desta cidade de ficção científica, Dubai é o “futuro do futuro”. E, de fato, a pequena nação rica em petróleo dos Emirados Árabes Unidos — uma federação de sheikdoms com mais de US$ 1,5 trilhão em seus diversos fundos soberanos de riqueza — parece ter um dedo em todas as empresas globais, desde inteligência artificial (IA) até esportes. Dubai, com seus arranha-céus reluzentes, tornou-se um playground dourado para oligarcas russos, aristocratas europeus, gurus da tecnologia americana, magnatas indianos e gestores de ativos chineses.

A Kerzner — de propriedade da Investment Corp. de Dubai — istra um império de hotéis opulentos, incluindo o complexo Atlantis de 2.400 quartos na arquipélago artificial de Dubai, o Palm — reduto de inúmeros influenciadores, bem como de celebridades como Beyoncé e J.Lo.

O SIRO desvia um pouco dessa trilha hedonista testada e comprovada: Não há buffets intermináveis, tobogãs ou brincadeiras com golfinhos em cativeiro aqui. Com 229 quartos variando de US$ 435 a US$ 1.765 para suítes equipadas com sacos de pancada e esteiras, e pacotes prometendo “hackear seu bem-estar com precisão”, o resort oferece um trampolim para os senhores corporativos do mundo — um lugar para levantar pesos ao lado de jogadores de futebol profissionais e preparar-se para apresentações potencializadas pela dieta Paleo ao príncipe.

Nossa obsessão global em ficar e permanecer em forma deve impulsionar um crescimento massivo na viagem focada em bem-estar. Um relatório de março do Global Wellness Institute estima que o mercado global de turismo de bem-estar cresceu 50% mais rápido do que a indústria de turismo em geral nos últimos anos. É por isso que os hoteleiros estão testando conceitos que combinam os órios de spas, clubes de saúde e hotéis ultra-luxuosos — incluindo o luxuoso Equinox Hotel em Nova York.

No SIRO, eu tomo um shot que aumenta a imunidade enquanto discuto meus hábitos alimentares com Heeral Shivnani, a nutricionista do SIRO Hotels. Ela avalia meu peso e minha relação gordura-músculo antes de emitir um plano alimentar para os próximos três dias.

A fórmula do resort depende do equilíbrio entre treinos intensos e recuperação e jantares de luxo. O laboratório de fitness oferece ciclismo, CrossFit e treinamento com pesos. Uma escada em espiral o leva elegantemente até o laboratório de recuperação do hotel, com um estúdio de ioga impecável, banhos de imersão em gelo, câmara de crioterapia, sauna, área de Pilates e zonas zen para escapar do seu telefone.

No comando desses laboratórios estão os mestres treinadores do SIRO, incluindo meu treinador pessoal, o sul-africano Runet Van Heerden, encarregado de me transformar nas próximas 48 horas. Meu jet lag me dá um certo e na minha primeira sessão de treino: Uma sessão de pesos tranquila elimina algumas das teias de aranha do voo. Enquanto Runet me coloca à prova, olho ao redor e tento estabelecer a hierarquia. Fico feliz em ver que há um cara claramente em pior forma do que eu — um tipo executivo corporativo que provavelmente a mais tempo com planilhas e apresentações do que com kettlebells.

Mas antes que minha arrogância tenha chance de se estabelecer, sou informado de que o grupo de teste inclui a lenda do futebol e embaixador da marca SIRO, Zlatan Ibrahimovic (um herói para mim, e o modelo para o personagem Zava no Ted Lasso da Apple TV). O ex-clube de Zlatan, o AC Milan (que ele agora aconselha), ajudou a moldar um protocolo de treinamento e recuperação para o SIRO, modelado na equipe.

Fico de olho em Zlatan enquanto vou para o laboratório de recuperação onde Mark, meu massagista, alisa os contornos de um assento de avião das minhas costas. Ele então aumenta as apostas de desintoxicação com um tratamento ultravioleta, antes de me enviar para um transe meditativo com uma sessão de terapia vibroacústica. Sentindo-me rejuvenescido, vou para minha suíte trocar de roupa para um jantar tailandês.

No elevador, esbarro no absurdamente bonito empresário britânico de viagens Jeremy Jauncey, que está aqui com sua esposa, Pia Wurtzbach, uma ex-Miss Universo. O Sr. Universo e eu conversamos sobre seus preparativos para o Hyrox, a Série Mundial de treinamento físico. Bronzeado, sarado e perfeitamente arrumado — o Instagram foi inventado para este homem.

“Você já experimentou a terapia de compressão?” ele me pergunta. “É incrível.”

A forma livre de gordura de Jauncey me faz duvidar do jantar, mas a simpática garçonete se recusa a seguir as instruções dietéticas de Heeral, em vez disso, me servindo couve-flor temperada com cúrcuma e veado com crosta de caramelo.

O segundo dia segue um ciclo semelhante de treino, bem-estar e indulgência culinária. Eu me pergunto, em meu estado de fuga: Eu me inscrevi em algum tipo de experimento em que sou alimentado com comida, depois colocado em uma esteira para marmorear minha carne como um lado de Wagyu humano?

Após uma sessão emocional de respiração com a iogue eslovena Petra Nemethova, finalmente avisto um sueco alto de rabo de cavalo em um agasalho da Gucci. Zlatan! Eu corro para deslizar entre ele e seu carro e entrevistar a notoriamente taciturna lenda do futebol. “O SIRO é ótimo”, ele me diz. “Dubai é ótimo.” Zlatan é ótimo, ele não diz. Mas é verdade, e nós dois sabemos disso.

Sentindo-me como Ted Lasso depois de Zava para o Richmond AFC, estou animado. Minha segunda sessão com Runet é um HIIT brutal, mas eu supero e depois ativo minhas mitocôndrias com cinco minutos de temperaturas subzero na câmara de crioterapia do SIRO.

No terceiro dia, posso sentir as endorfinas dominando. Eu acelero com alguns condicionamentos centrais projetados pelo AC Milan. O almoço é um verdadeiro bife de Wagyu, e até consigo encaixar uma sessão extra de boxe na minha suíte.

Eu não tenho aquele abdômen definido depois de apenas três dias, mas estou me sentindo fantástico. Eu saqueio o minibar mais saudável do mundo por kombucha, mix de nuts e as irresistíveis bolinhas de proteína de cacau e coco do SIRO para o voo, e dou uma ada na Heeral para agradecer e me despedir.

Ela me coloca em suas balanças de alta tecnologia para ver como me saí nesse experimento maluco: mesmo depois de me empanturrar por quatro dias, eu perdi gordura e ganhei músculo.

“Viu?” ela diz. “Este é o lugar para estar. Sem dor, só ganho.”

Esta história foi originalmente publicada em Fortune.com / The New York Times Company

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*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.