Bitcoin é uma das principais criptomoedas (Foto: Michael Wuensch/Pixabay)
O Bitcoin talvez seja a moeda digital mais famosa do mundo. Desde a sua criação, em 2009, o ativo ou de alguns centavos até chegar a atual cotação, de cerca de R$61 mil. Apesar de sua utilização ainda gerar polêmica, já que não são todos os países que possuem regulamentações consolidadas, o volume negociado em algumas regiões chega na casa do bilhão.
Este cenário se confirma em um levantamento inédito realizado pela fintech especializada em ativos digitais BlueBenx sobre as nações que mais utilizam as bitcoins. De acordo com o estudo, nove das 10 nações que estão no topo do ranking ainda não possuem leis que regulamentam a utilização da criptomoeda.
“O posicionamento de muitos governos foi de não proibir o mercado, mesmo sem uma regra clara para criptomoedas”, explica Roberto Cardassi, CEO e fundador da BlueBenx. “Por outro lado, a regulamentação é importante porque poderá permitir a entrada de investidores institucionais e grandes bancos.”
A exceção fica com Estados Unidos, que ocupa o primeiro lugar da lista. No país, a moeda é reconhecida na Califórnia, Flórida, Illinois, Pensilvânia, Texas, Washington e na cidade de Nova York, com volume de negociação na ordem de US$ 1,44 bilhão.
“É interessante ver os EUA no topo da lista, uma vez que, até três anos atrás, a China era o maior mercado, com quase 48% do market share”, diz Cardassi. A proibição da emissão de moedas digitais feita pelo governo chinês no final de 2017 também ajudou a abrir espaço para outros países crescerem no segmento.
De acordo com Cardassi, ainda em 2018, o governo americano começou a autorizar o funcionamento de grandes exchanges (corretoras de criptomoedas), como a Coinbase. “Houve uma migração em grandes quantidades de bitcoins para essas corretoras nos Estados Unidos, já que o país tirou esse mercado da marginalidade”, afirma. Atualmente, aChina está em quinto lugar.
Logo atrás dos EUA aparece a Rússia, com US$1,05 bilhão em volume de negociação. O país não tem regulamentação consolidada em torno do Bitcoin, mas permite que os cidadãos comprem e vendam moedas digitais. “Não é permitido ter exchanges no país, mas os russos podem ar corretoras de outros países e comercializar”, diz.
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Outro caso interessante é o da Venezuela, que movimenta US$ 707 milhões. O país assumiu o quarto lugar entre os que mais negociam a moeda digital em um momento de grave crise financeira e desvalorização expressiva do Bolívar Venezuelano – cotado em R$0,000020.
“A Venezuela chegou a criar a própria moeda digital, a Petro, atrelada à produção de Petróleo”, relata Cardassi. “O que aconteceu foi que o governo venezuelano começou a fazer trocas da Petro com o bitcoin para viabilizar as negociações em torno da commodity”, conclui. Na visão do CEO, hoje o país é o primeiro case em que as moedas digitais foram usadas como um acelerador econômico e alternativa para viabilizar negócios.
O Brasil, por sua vez, só aparece no 22º lugar do ranking. Por aqui também não temos regulamentação, mas a CVM já autoriza fundos brasileiros a aplicarem em criptomoedas do exterior. Segundo Luiz Antonio Sacco, Diretor Geral da Ripple na América Latina e especialista em blockchain, o País tem muito a ganhar ao trazer regras claras para os criptoativos, com níveis de ‘compliance’ adequados.
“A regulamentação permitirá que pessoas e empresas sintam mais confiança no mercado, ao mesmo tempo em que restringirá a atuação daquelas companhias que não estão sustentadas por boas práticas”, indica Sacco.
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Veja o ranking completo dos países que mais negociam bitcoins: