19 small caps que podem pagar dividendos de até 18% nos próximos 12 meses

Por Katherine Rivas

20/09/2024 | 3:00 Atualização: 20/09/2024 | 7:44

Não é apenas nas grandes empresas da Bolsa de valores que estão as melhores oportunidades para garantir dividendos. Nas small caps – empresas com valor de mercado de até R$ 10 bilhões – é possível encontrar dividend yield (retornos com proventos) de até 18% para os próximos 12 meses, revela levantamento feito pelo E-Investidor com 10 casas de análise e gestoras.

Embora as small caps sejam conhecidas pelo seu forte potencial de crescimento, nem toda ação dessas empresas quer ou vai se tornar uma blue chip – empresa de grande porte. Segundo Victor Bueno, sócio e analista da Nord Research, dentro do universo das small caps também é possível encontrar companhias bastante consolidadas, líderes nos seus segmentos, com operações maduras e balanços confortáveis. “Se essas ações de small caps estiverem bem precificadas, os papéis vão acabar andando de lado e o valor de mercado também”, explica Bueno.

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O analista da Nord lembra que nem toda small cap vai entregar um forte crescimento para seus acionistas ou ter ações valorizadas. Algumas, no entanto, remuneram os acionistas com bons dividendos.

Por outro lado, há também as small caps que aliam as duas estratégias: dividendos e crescimento. Para isso é preciso adquirir os papéis com desconto. Apesar das altas recentes da Bolsa de Valores, nem todas as small caps estão bem precificadas e ainda é possível encontrar ativos baratos neste universo com oportunidades de entrada.

Por esse motivo, fizemos também um levantamento para identificar quais das small caps indicadas pelos analistas podem ser consideradas baratas neste momento – que você pode conferir na tabela mais abaixo.

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Como escolher uma small cap que paga dividendos?

Para identificar uma small cap que tem capacidade de pagar bons dividendos, alguns critérios precisam ser observados. Um deles é o potencial da companhia de gerar caixa. Werner Roger, CIO da Trígono Capital, explica que a empresa precisa ter um caixa superior às necessidades de investimentos, pagamento de despesas obrigatórias e dívidas. Ou seja, depois de todos os seus compromissos, a empresa ainda deve ter caixa para distribuir dividendos.

Segundo Roger, empresas pouco endividadas até podem financiar seu crescimento com debêntures, linhas de crédito no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou até mesmo aumento de capital (follow-on). Mas o ideal é que o investidor escolha empresas com capacidade de financiar seu crescimento com capital próprio, sem contrair dívidas. “A melhor condição é a empresa financiar seu crescimento com recursos próprios e ainda ter caixa suficiente para pagar dividendos”, pontua.

Roger também alerta para evitar investir em empresas que se endividam para pagar dividendos, comprometendo a sua estrutura de capital, muitas vezes para satisfazer o seu controlador.

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Max Bohm, estrategista de renda variável na Nomos, cita ainda que companhias com Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) e Retorno sobre Capital Investido (ROIC) elevados, costumam ser boas geradoras de caixa e garantem sustentabilidade na distribuição de proventos.

Bueno, da Nord, acrescenta outros critérios: a empresa precisa ter maturidade na sua operação e números financeiros, um endividamento baixo e um histórico de boa remuneração aos acionistas.

O ideal é procurar por companhias com estabilidade nos seus resultados, aconselha Gabriel Duarte, analista da Ticker Research. Empresas de commodities, por exemplo, podem acabar tendo uma volatilidade nos lucros, aponta ele.

Outro ponto que pode ser observado, segundo Duarte, é se o controlador gosta de receber dividendos e se importa com a remuneração dos acionistas. “Tem controlador que não faz questão e isso pode fazer com que a empresa pague em alguns momentos e em outros, não”, diz o analista.

A liquidez com que as ações negociam na bolsa também é importante, mas muda a depender do bolso do investidor. Segundo os analistas consultados, para um investidor pessoa física que está realizando aportes baixos uma ação com negociação média diária entre R$ 100 mil e R$ 200 mil já ofereceria uma liquidez confortável.

Contudo, para quem procura fazer aportes maiores, os analistas consideram ideal uma liquidez média diária de R$ 1 milhão.

Já para quem pretende realizar um investimento de curto prazo (de 12 a 18 meses), Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital, aconselha procurar por uma liquidez de R$ 5 milhões, para facilitar o desinvestimento.