Após a forte aversão ao risco registrada ontem em reação ao avanço inesperado da inflação nos Estados Unidos, a manhã desta quarta-feira (14) mostra um clima misto nos mercados internacionais, com os índices futuros de Nova York buscando alguma recuperação, enquanto a cautela ainda prevalece na Europa.
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No Brasil, os sinais de retomada da economia doméstica podem ser um gatilho para que o Ibovespa retome a trajetória de alta após o tombo da véspera, de 2,30%, mas assim como ontem a leitura da inflação norte-americana será determinante para a direção do mercado.
Independente disso, a perspectiva de uma alta terminal na Selic na semana e possíveis cortes em 2023 devem continuar provocando ajustes nos juros futuros, com impactos geralmente contrários na Bolsa.
O ambiente inspira maior seletividade e a bolsa de derivativos financeiros CME Group calcula 34% de chance de um aumento 1,00 ponto porcentual dos juros norte-americanos na semana que vem – algo que até então nem mesmo entrava em questão –, enquanto a probabilidade de um aumento de 0,75 ponto porcentual chega 66%.
Nesse sentido, a leitura do índice de preços ao produtor (PPI) na maior economia do mundo deverá trazer algum ajuste adicional à expectativas.
E ntre as commodities, os contratos futuros do petróleo ganharam força logo cedo e aram a subir após a Agência Internacional de Energia (AIE) cortar sua projeção de demanda neste ano, mas reiterar a de 2023. Os preços futuros do minério de ferro recuaram 0,69% em Dalian durante a madrugada, cotados a US$ 104,02 por tonelada.
Por fim, no mercado global de moedas, o índice DXY, que mede as variações do dólar frente a outras seis divisas relevantes, opera em leve baixa.
Agenda econômica (14/09)
Brasil: Saem os números do varejo e ampliado em julho (9h), cujas expectativas sugerem um alta mensal de 0,1%, mas ainda registrando uma queda de 3,5% em base anual. Entre os eventos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumpre agendas no Rio de Janeiro e em São Paulo, com eventos às 10h, 12h e 18h.
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EUA: A agenda traz a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), referente a agosto (9h30), além dos estoques de petróleo pelo Departamento de Energia (DoE). Para o dado de inflação, as expectativas apontam para uma deflação de 0,1%, levando a um indicador de 8,8% no acumulado dos últimos doze meses.