Assaí (ASAI3): ações têm maior retorno desde o início da alta de juros

Por Daniel Rocha

30/09/2022 | 17:36 Atualização: 30/09/2022 | 18:31

Loja do Assaí Atacadista (Foto: Ari Ferreira/Estadão)

Desde março do ano ado, o mercado acompanha as elevações da Selic no país para conter a alta da inflação. Os reajustes do Comitê de Política Monetária (Copom) na taxa básica de juros só deram uma pausa neste mês de setembro, mas os dirigentes do órgão não descartaram a possibilidade de novos aumentos. Mas em meio a esse cenário desafiador, as ações do Assaí se destacam do restante das companhias que compõem o Ibovespa.

De acordo com os dados do TradeMap, enviado ao E-Investidor, de março de 2021 até o pregão desta sexta-feira (30), o Ibovespa registrou uma queda acumulada de 2,15%. Já os papéis do Assaí acumularam uma alta de 505,6% durante o mesmo período. Ao comparar com o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a rentabilidade é 506 pontos porcentuais superior à do título de renda fixa, o maior entre as ações do principal índice da B3. Veja os detalhes nesta reportagem.

Na avaliação de Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos, a corrosão do poder de compra dos brasileiros em virtude da alta dos preços trouxe uma vantagem competitiva para a companhia. Isso porque mais pessoas aram a comprar no “atacarejo” em busca de economia ao comprar em grande quantidade.

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“A empresa vem expandindo em diversas regiões. Os resultados têm sido consistentemente fortes e a empresa é defensiva, o que ajuda nesses momentos de aversão a risco”, avalia Siqueira. De acordo com o relatório referente ao segundo trimestre da empresa, a companhia abriu 33 lojas entre os meses de junho de 2021 e de 2022. A previsão para o segundo semestre é de abertura de outras quatro lojas até o fim deste ano.

Além disso, a companhia conseguiu elevar quase 33% (32,9%) o seu lucro líquido no segundo trimestre de 2022 em comparação ao primeiro trimestre de 2021. O crescimento aconteceu em um período em que a taxa de juros saiu de 2% para 13,25% ao ano. “Vemos o múltiplo preço sobre lucro melhorado, o lucro por ação também melhorado e o lucro crescimento no último ano. Então, isso mostra resiliência da companhia em meio a esse cenário de incertezas”, ressalta Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos.