O dólar hoje fechou em baixa de 0,35%, cotado a R$ 6,02. Na mínima do dia, a moeda chegou a cair para R$ 6,0119, enquanto na máxima atingiu R$ 6,0693. O movimento observado nesta quarta-feira (15) seguiu a tendência das sessões anteriores – no acumulado da semana, a divisa teve três quedas e cede 1,27% ante o real. A principal notícia do dia foi a divulgação do I (Consumer Price Index ou índice de Preços ao Consumidor em português), importante indicador de inflação nos EUA. O índice registrou alta de 0,4% em dezembro e 2,9% no acumulado do ano, em linha com as projeções do mercado.
Entretanto, o que surpreendeu positivamente os investidores foram os “núcleos de inflação”. Ou seja, desconsiderando os preços mais voláteis e fatores sazonais, a tendência inflacionária captada foi levemente inferior à esperada. Este novo dado econômico seguiu alimentando expectativas de que os juros altos praticados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) estão produzindo o efeito esperado na economia americana e freando o consumo, o que, em um segundo momento, abrirá espaço para que a autoridade monetária volte a cortar as taxas.
“Observamos um impacto significativo na curva de juros desde ontem, com uma leve queda que se manteve ao longo da manhã, principalmente devido ao I dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado”, afirma Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital.
Já na parte da tarde, a divulgação do relatório econômico norte-americano conhecido como “Livro Bege” trouxe poucas surpresas ao mercado. “A ausência de novidades no Livro Bege contribuiu para a manutenção da tendência observada ao longo do dia, reforçando o movimento de queda do dólar. O pregão desta quarta-feira refletiu, sobretudo, o alinhamento das expectativas do mercado com os dados divulgados, reforçando a percepção de um cenário econômico mais previsível”, afirma André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional, cartão e conta global Remessa Online.
No mercado doméstico, o recuo do dólar trouxe alívio sobre a curva de juros e favoreceu os setores mais cíclicos e dependentes da economia doméstica. A Hapvida (HAPV3), Cogna (COGN3) e Vamos Locação (VAMO3) são alguns dos destaques do pregão. Por outro lado, o dólar mais baixo impactou ações de empresas que possuem receitas na moeda estrangeira, como as exportadoras Marfrig (MRFG3), Klabin (KLBN11) e JBS (JBSS3).