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A ação da Embraer (EMBR3) surpreendeu ao encerrar o pregão de quinta-feira (3) com o melhor desempenho do dia, cotada a R$ 9,35, registrando valorização de 11,05%. A companhia foi bastante afetada pela pandemia da covid-19 e teve de cortar 2.500 funcionários ao longo do ano – 900 foram demitidos em setembro, além dos 1.600 que aderiram ao programa de demissão voluntária em março.
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Em 2020, o papel da Embraer amarga uma queda de 53%. Contudo, só no período de 4 de novembro a 3 de dezembro, a ação subiu de R$ 6,24 para R$ 9,35, o que representa uma valorização de 50% em apenas 30 dias.
Apesar de estar bem descontada, José Falcão, especialista em renda variável da Easynvest, afirma que a Embraer, além de sofrer por conta da pandemia, foi prejudicada pelo cancelamento do negócio com a Boeing, o que resultou na queda significativa na produção de aeronaves.
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O E-Investidor ouviu especialistas para entender o que esperar dos papéis EMBR3, além de saber suas recomendações para as ações da empresa.
Justificativa: “Mantemos nossa recomendação neutra. Cortamos nosso preço alvo estimado para o final de 2021 para R$ 5,20, baseado no adiamento das entregas de aeronaves, condições competitivas acirradas contra a Airbus e um valuation pouco atraente”, diz José Francisco Cataldo, head de Research da Ágora.
Justificativa: “Após ar por uma tempestade perfeita depois do término do acordo com a Boeing e com as questões relacionadas com a covid-19, a empresa tenta empreender voo solo para se reerguer. Ainda não visualizamos um fortalecimento na atuação da empresa em suas quatro frentes e, por enquanto, mantemos nossa recomendação neutra”, informa Ilan Arbetman, analista de Equity Research, na Ativa Investimentos.
Justificativa: “Os números das ações da Embraer no terceiro trimestre mostram um momento desafiador para a companhia, apesar de sinalizar uma recuperação ao subir 11% ontem e ter um enorme espaço para recuperação pela frente, após cair 70% de fevereiro a maio.
Sim, a ação pode estar descontada, porém, continuamos acreditando que o setor aéreo é um dos que, ada a crise, as feridas demorarão mais tempo para cicatrizar. Portanto, enxergamos oportunidades melhores na bolsa brasileira, apesar de reconhecermos que a Embraer é uma gigante, que mais cedo ou mais tarde vai se recuperar.”, informa José Falcão, especialista em renda variável da Easynvest.
Justificativa: “Uma nova Embraer se apresenta ao mercado após o cancelamento da parceria com a Boeing. A recuperação de margens operacionais ainda se mostra distante, porém, a capacidade tecnológica da companhia, aliada ao conhecimento de mercado, permite uma maior confiança na estratégia adotada para retomar o protagonismo na indústria aeroespacial. A Embraer é líder mundial na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e vem reforçando seus negócios nos demais segmentos de atuação. Como ainda permanecemos com pouca visibilidade na retomada da carteira de pedidos (backlog) nos próximos trimestres, mantivemos nossa recomendação neutra e preço alvo para 2021 de R$ 14,00”, diz Renato Ramos de Almeida Hallgren, analista do Banco do Brasil BBI.
Justificativa: O BTG Pactual analisa a ADR (recibos de depósitos americanos, na sigla inglês da Embraer. Na visão do banco, a Embraer está buscando apenas parcerias para projetos. Além disso, sua unidade comercial não está à venda e o foco permanece em expandir sua liderança no segmento de aeronaves de até 150 lugares. Quaisquer parcerias ainda estão em estágio inicial, o que torna difícil estimar os possíveis impactos para a companhia. Contudo, isso representa o principal risco de alta para a nossa recomendação neutra.
*US$ 7,47 foi o fechamento da ADR em 03 de dezembro de 2020
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