Entenda a visão do Santander para os ativos em 2025 (Imagem: SometimesNever/peopleimages.com em Adobe Stock)
O Santander (SANB11) divulgou, na última quarta-feira (18), um relatório sobre estratégias em ações para investidores atravessarem o ano que vem. Diante do cenário macro desfavorável, com juros e dólar em níveis recordes e expectativas de inflação subindo, o banco decidiu pensar do “micro para o macro”. Ou seja, analisar primeiro as empresas que possuem modelos de negócio capazes de superar a conjuntura desafiadora esperada para o ano que vem. A instituição financeira projeta que 2025 será marcado por uma “fraqueza contínua” dos preços dos ativos locais, interrompida por “breves” momentos de recuperação que devem levar o Ibovespa, principal índice de ações da B3, aos 145 mil pontos (alta de 19%).
As companhias que devem navegar bem por esse cenário são aquelas com alta rentabilidade ou grande capacidade de controlar os preços – casos de players como WEG Raia Drogasil (RADL3), Ambev (ABEV3) e Copel (LE6). Esta última substituiu a Eletrobras (ELET3) na carteira recomendada do Santander. “Esta decisão foi baseada o fato de a Copel estar mais protegida de pressões inflacionárias dada sua significativa exposição ao segmento de distribuição de energia”, diz a instituição. Veja a carteira completa:
Itaú (ITUB3)
Petrobras (PETR3)
Sabesp (SBSP3)
Totvs (TOTS3)
Copel (LE6)
RaiaDrogasil (RADL3)
Lojas Renner (LREN3)
Vale (VALE3)
Ambev (ABEV3)
Porto Seguro (PSSA3)
Direcional (DIRR3)
Mercado Livre (MELI US)
BRF (BRFS3)
Smartfit (SMFT3)
Weg (WEGE3)
Vale lembrar que a deterioração rápida dos preços dos ativos brasileiros ocorreu após o anúncio do pacote de corte de gastos do Governo, no fim de novembro. As medidas frustraram as expectativas dos investidores, principalmente com a apresentação da proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil junto às iniciativas para contenção fiscal.
“Acreditamos que os ativos brasileiros estão subvalorizados no curto prazo, mas será um desafio reverter esta tendência negativa sem medidas governamentais decisivas”, ressalta o Santander, no relatório.
Grandes investidores de saída
O Santander alerta também para uma situação preocupante. O investidor institucional local já está fazendo caixa com vistas a uma possível saída, enquanto os investidores estrangeiros também estão receosos com o cenário externo que já é desfavorável para os emergentes, como o Brasil. Lá fora, a tendência é de dólar mais forte devido aos juros ainda altos nos EUA. Essa movimentação só se intensifica com o risco fiscal se acentuando no mercado doméstico.
“Considerando esse cenário desafiador, acreditamos que daqui para frente devemos trabalhar com um cenário de inflação mais elevada, taxas de juros mais altas
e menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, diz o BTG. Até às 16h22, o dólar estava cotado a R$ 6,11, após ter encostado nos R$ 6,30 durante a sessão. O Ibovespa, por sua vez, estava em leve alta de 0,5%, aos 121,4 mil pontos.