O ibovespa é o principal índice da B3 (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,3%, aos 135.700,17 pontos. Nesta segunda-feira (9), o mercado reagiu ao anúncio feito ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre um acordo para reduzir os efeitos da tributação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), compensando a perda de arrecadação com o aumento da taxação sobre as apostas eletrônicas (bets), mudanças em alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e tributação de títulos de renda fixa hoje isentos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).
As ações da Gerdau (GGBR4) se destacaram como a maior alta do Ibovespa, subindo 6,41%. O UBS BB elevou a recomendação da empresa de neutra para compra e subiu o preço-alvo de R$ 17 para R$ 22, o que representa um potencial de alta de 31,8% sobre o fechamento do papel na última sexta-feira (6). Segundo o banco, o aumento das tarifas de importação de aço para 50% nos EUA é um divisor de águas para a tese.
Na ponta oposta, os papéis da B3 (B3SA3) registraram a maior queda do Ibovespa hoje, recuando 3,02%.
IPC-S acelera na primeira semana de junho
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou 0,41% na primeira quadrissemana de junho, após alta de 0,34% no fechamento de maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula alta de 2,94% em 2025 e de 4,49% nos últimos 12 meses.
Cinco dos oito grupos componentes do índice registraram aceleração: Educação, Leitura e Recreação (-0,71% para -0,25%), Transportes (0,02% para 0,19%), Habitação (0,98% para 1,04%), Alimentação (0,29% para 0,31%) e Comunicação (-0,34% para -0,19%).
Em contrapartida, houve desaceleração nos grupos Despesas Diversas (0,44% para 0,18%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,59% para 0,51%) e Vestuário (0,56% para 0,52%).
Entre os itens com maior pressão de alta, destacaram-se: tarifa de eletricidade residencial (3,34%), taxa de água e esgoto (2,15%), aluguel residencial (0,83%), café em pó (5,02%) e condomínio residencial (1,06%). Já entre as principais quedas, os destaques foram: agem aérea (-3,45%), tomate (-8,97%), ovos (-6,00%), arroz (-3,89%) e laranja-pera (-6,77%).
Bolsas do exterior refletem expectativa nas negociações entre EUA e China
O cenário foi de cautela antes de uma nova rodada de negociações comerciais entre EUA e China, marcada para hoje em Londres. As bolsas da Europa fecharam em queda generalizada nesta segunda-feira. Em Londres, o FTSE 100 cedeu 0,06%, aos 8.832,28 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 0,54%, aos 24.173,32 pontos. Já em Paris, o CAC 40 recuou 0,17%, aos 7.791,47 pontos. O FTSE MIB, de Milão, teve queda de 0,35%, aos 40.461,79 pontos. Já o PSI 20, de Lisboa, caiu 0,38%, aos 7.425,75 pontos.
Enquanto isso, os índices de Nova York terminaram mistos. Dow Jones ficou estável, já Nasdaq e S&P 500 subiram 0,31% e 0,09%, respectivamente. Na sexta-feira (6), Wall Street avançou mais de 1% em reação ao relatório de emprego americano melhor do que o esperado. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta – confira os detalhes do pregão aqui.
Antes da retomada da discussão tarifária sino-americana, a agência de notícias Reuters noticiou que Pequim concedeu licenças temporárias de exportação para fornecedores de terras raras das três maiores montadoras em atuação nos EUA: General Motors, Ford e Stellantis. Além disso, a Boeing retomou a entrega de jatos comerciais para a China pela primeira vez desde o início de abril, segundo a Bloomberg. Esses sinais podem ser bem vistos por investidores, dado que o tarifaço tem afetado as duas maiores economias do planeta.
Confira a agenda econômica da semana clicando aqui
Petróleo sobe e dólar recua
O dólar hoje fechou em queda no mercado à vista, recuando 0,13% a R$ 5,5625. O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, avalia que as medidas fiscais negociadas pelo governo e Congresso não incluem cortes de despesas ou supersalários e carecem de detalhes sobre impacto na arrecadação, gerando incerteza. Segundo ele, são soluções de curto prazo, sem compromisso com ajuste fiscal duradouro, em um contexto de baixa popularidade e ano pré-eleitoral.
No cenário externo, Velloni diz que as negociações EUA-China trazem dúvidas pela falta de informações, enquanto a queda nas exportações e importações da China em maio enfraquece sua posição e sinaliza menor investimento no país, refletido na baixa do minério e do petróleo.
Esses e outros dados movimentaram o Ibovespa hoje. Veja a cobertura completa aqui.