O Ibovespa é o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
O Ibovespa hoje operou em tom defensivo e fechou em queda, depois dos dois últimos pregões positivos da semana. O principal índice da encerrou esta quarta-feira (12) em baixa de 1,69% aos 124.380,21 pontos, oscilando entre máxima a 126.512,74 pontos e mínima a 124.115,91 pontos. O giro financeiro foi de R$ 55,8 bilhões.
O mercado acompanhou de perto a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (I, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que subiu 0,5% em janeiro ante dezembro, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam alta de 0,3%.
Com o resultado forte, Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, explica que fica mais difícil visualizar a retomada do ciclo de relaxamento monetário no país. “O mercado a a precificar uma probabilidade cada vez menor de cortes de juros em setembro, com as projeções mudando para dezembro para a primeira redução de 25 pontos”, afirma. “O cenário ainda é agravado com os potenciais impactos tarifários das políticas de Donald Trump, que são inflacionárias.”
Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones caíram 0,27% e 0,5%, respectivamente, enquanto o Nasdaq subiu 0,03%. O apetito ao risco foi enfraquecido pelo I, que reduziu as chances de corte nas taxas de juros pelo Fed e aumentou as preocupações com a possível reaceleração da inflação nos Estados Unidos. “Amanhã sai o Índice de Preços ao Produtor (PPI), então as Bolsas devem estar esperando esse evento também, porque se ele vier mais forte é outro fator negativo”, diz Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
O Ibovespa acompanhou a maior cautela observada no exterior e também foi impactado pela pressão negativa das suas ações de maior peso. Os papéis da Vale (VALE3) fecharam em queda de 0,67%, contrariando o desempenho do minério de ferro no exterior, que subiu tanto na Bolsa chinesa de Dalian quanto em Cingapura.
Quem também se saíram mal foram os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4): enquanto os ordinários (PETR3) recuaram 2,31%, os preferenciais (PETR4) cederam 1,49%. De acordo com dados do Broadcast, a empresa devolveu R$ 10 bilhões do seu valor de mercado, que voltou a ficar abaixo de R$ 500 bilhões (R$ 495,8 bilhões) nesta quarta-feira pela primeira vez desde 30 de dezembro. Os papéis da petroleira foram pressionados pelo desempenho negativo dos contratos futuros de petróleo no pregão.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda de 0,08% a R$ 5,7631, estendendo as perdas do ano para 6,75%. “A gente está vendo o dólar comportado. Tinha-se a expectativa de que ele subisse, mas está comportado. E as curvas de juros também estão sem grandes oscilações”, destaca
As ações do Carrefour (CRFB3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje e encerraram em alta de 2,68% a R$ 7,29, estendendo o movimento de valorização da véspera, quando já haviam saltado 10,08%. Nesta quarta-feira, a empresa informou ao mercado que o seu conselho de istração e o de seu controlador aprovaram a celebração de um Merger of Shares Agreement (Contrato de Incorporação de Ações) que estabelece os principais termos e condições de uma reorganização societária.
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A CRFB3 está em alta de 17,77% no mês. No ano, acumula uma valorização de 34,25%.
Vamos (VAMO3): 2,42%, R$ 4,66
Outro destaque positivo foi a Vamos (VAMO3), que avançou 2,42% a R$ 4,66, sem notícias específicas sobre a empresa no radar dos investidores.
A VAMO3 está em baixa de 3,72% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 1,89%.
Tim (TIMS3): 2,19%, R$ 17,3
Na lista de principais altas do dia, também estiveram as ações da Tim (TIMS3), que subiram 2,19% e encerraram o pregão cotadas a R$ 17,3, estendendo os ganhos da véspera, quando haviam disparado 6,95%, depois de a empresa divulgar seu balanço do quarto trimestre e atualizar as metas (guidances) do seu plano estratégico, com projeções para o ano de 2025 e para o triênio de 2025 a 2027.
A TIMS3 está em alta de 10,83% no mês. No ano, acumula uma valorização de 19,48%.
As ações da Hapvida (HAPV3) registraram a maior queda do índice e finalizaram a sessão em baixa de 7,17% a R$ 2,33, realizando parte das altas recentes.
A HAPV3 está em baixa de 3,72% no mês. No ano, acumula uma valorização de 4,48%.
CSN Mineração (CMIN3): -5,83%, R$ 5,01
Quem também se saiu mal foi a CSN Mineração (CMIN3), que cedeu 5,83% a R$ 5,01, destoando do movimento de alta do minério de ferro no exterior.
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A CMIN3 está em baixa de 8,24% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 2,15%.
CVC (CVCB3): -5,67%, R$ 1,83
Na lista de principais destaques negativos do Ibovespa hoje, estiveram também as ações da CVC (CVCB3), que tombaram 5,67% a R$ 1,83. De forma geral, os papéis de empresas ligadas ao cíclico de consumo interno, chamadas cíclicas, sofreram no pregão.
A CVCB3 está em baixa de 7,11% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32,61%.