Investidor olha para ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Werther Santana/Estadão)
Apesar das autoridades brasileiras terem anunciado medidas para conter os efeitos do novo coronavírus sobre a economia, a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a sofrer nesta segunda-feira (23). Índice que reúne as principais ações da B3, o Ibovespa abriu a semana com queda de 5,22%, aos 63.569 pontos. Já o dólar subiu 2,2%, encerrando o pregão negociado por R$ 5,13.
O mercado até ensaiou uma recuperação na abertura da sessão, repercutindo os estímulos econômicos anunciados pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), mas entrou no vermelho minutos depois. A rejeição do senado americano ao pacote de US$ 1,6 trilhão do presidente Donald Trump – para diminuir os impactos da Covid-19 na economia – gerou apreensão entre os investidores. Na bolsa de valores de Nova York, os índices Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 recuaram 0,27%, 3,04% e 2,93%, respectivamente.
No Brasil, o Banco Central anunciou algumas medidas para injetar R$ 1,2 trilhão de liquidez no sistema financeiro, com o intuito de impedir a descapitalização dos bancos locais. Entre as ações, destaque para a redução das alíquotas de compulsório sobre depósitos a prazo, de 31% para 25%. Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro revogou e medida que permitia a suspensão dos contratos de trabalho e pagamentos de salários por até quatro meses, anunciada pela manhã, mas mal recebida pela população.
No noticiário corporativo, destaque para as ações da WEG, que subiram 8,84%, cotadas a R$ 35,20. Por conta da sua posição de caixa, a empresa é considerada uma das mais bem preparadas para enfrentar a iminente recessão na economia global. Já os papéis da Hering caíram 17,19%, negociados por R$ 11,18. A queda acentuada reflete o pessimismo com o setor de varejo, afetado pelo fechamento temporário de lojas físicas.