(Estadão Conteúdo) – As oportunidades de investimento mais atrativas atualmente estão nos ativos internacionais, segundo especialistas que participaram de no evento Expert XP, promovido pela XP Investimentos. Para eles, os riscos no Brasil são o motivo para o pouco interesse em ter forte alocação doméstica.
“A gente vê um nível de oportunidade no mercado internacional, principalmente o americano, que a gente não via há muito tempo. Várias teses que tínhamos foram aceleradas durante a pandemia e há uma evolução de lucros maior que a evolução de múltiplos”, explica Marcio Appel, sócio-fundador e CEO da Adam Capital.
Felipe Guerra, sócio-fundador e diretor da Legacy Capital, conta que tem evitado exposição à Ásia, por acreditar que há uma desaceleração na China, e Brasil, por conta dos riscos políticos. “Temos aproveitado as oportunidades em ações e temos convicção de que vão subir. Nossa carteira de ações internacionais tem e-commerce, marketing digital, redes sociais e serviços financeiros, por exemplo”, diz Guerra.
Para o sócio-fundador da Kapitalo Carlos Woelz, há uma ressalva para ter maior exposição aos ativos domésticos. “Dois terços da nossa carteira está em Brasil, mas são as empresas que a gente acha que vão se beneficiar do cenário global. Nos setores ligados à demanda interna, estamos vendidos”, conta.
Em relação aos atuais riscos em investimentos, Woelz destaca que a inflação deve ser observada, mas em regiões desenvolvidas, não em emergentes. Appel pontuou os eventos geopolíticos que, embora não sejam globais, podem ter consequências no preço do petróleo e em taxas de juros, por exemplo.
Os especialistas concordam que as eleições presidenciais de 2022 no Brasil, e questões fiscais, políticas e hídricas, tornam o cenário doméstico instável. “Na dúvida, compre bolsa americana, pois rende no longo prazo. Tem tanta oportunidade boa lá fora, por que ‘quebrar a cabeça’ procurando algo no Brasil?”, conclui Appel.