A Pague Menos (PGMN3) reportou líquido ajustado de R$ 77,1 milhões no quarto trimestre de 2024, alta de 22,8% na comparação com o mesmo período de 2023. Para analistas, os resultados podem ser considerados sólidos e muito positivos para a tese de investimentos da companhia, mas ainda há um pequeno ponto que preocupa.
Para o Safra, os resultados da Pague Menos foram positivos, pois as sinergias da aquisição da Extrafarma estão dando frutos. Eles lembram que a empresa registrou crescimento de 17% na receita líquida na comparação entre o quarto trimestre de 2024 e igual intervalo de 2023, ante estimativa do banco de crescimento de 2%.
Os analistas lembram ainda que a empresa mostrou expansão de margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 0,49 ponto porcentual em um ano, devido principalmente à melhora da margem bruta, que cresceu 0,51 ponto porcentual no mesmo período, após três trimestres de pressão das perdas de estoques.
“Além disso, a empresa conseguiu entregar um menor índice de alavancagem, com queda de 0,3 vezes a métrica dívida líquida/Ebitda. De modo geral, a empresa apresentou melhoria da produtividade para ambos os formatos, o que faz reiterarmos nossa classificação de outperform (equivalente à compra) para a ação”, dizem os analistas do Safra.
Pague Menos tem lacuna para melhorar
A XP Investimentos diz que os resultados foram sólidos, com um forte crescimento de receita e melhora na rentabilidade da Pague Menos por ganhos de eficiência. Eles lembram que as vendas das mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) cresceram 16,5% e a empresa teve uma Black Friday mais forte, com avanço de 40% no acumulado de 1 ano.
“O lucro líquido ajustado foi de R$ 77 milhões, acima de nossas estimativas, por melhores resultados operacionais e menores despesas financeiras, enquanto a geração de caixa foi de R$ 111 milhões, principalmente apoiada pela maior antecipação de recebíveis”, dizem Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório da XP.
Já a Genial Investimentos comenta que o resultado foi forte, mas que um único ponto ainda preocupa os analistas: a alavancagem da empresa. Embora a companhia tenha cumprido a projeção para esse quesito e reportou uma alavancagem de 2,8 vezes, a empresa ainda é a única do setor nesta situação.
“A alavancagem financeira continua sendo a grande dor de cabeça para a companhia em 2025, já que é a única rede do setor ainda alavancada (2,8 vezes vs. 0,9 vez RaiaDrogasil e 1,1 vez Dimed), mas é preciso reconhecer a expressiva melhora operacional vista no trimestre — e ao longo de todo o ano”, explicam Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam o relatório da Genial.
Recomendações para PGMN3: comprar, vender ou manter na carteira?
Por causa disso, a Genial Investimentos prefere manter a cautela com a empresa. Os analistas possuem recomendação de “manter” (equivalente a neutro) para Pague Menos, com preço-alvo de R$ 3,60, alta de 16,13% na comparação com o fechamento de segunda-feira (10), quando a ação encerrou o pregão a R$ 3,10. Já o Safra é mais otimista e recomenda compra para ação PGMN3 com preço-alvo de R$ 4,50 para o fim de 2025, crescimento de 45,16% na comparação com o fechamento de segunda-feira.
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A XP também recomenda compra com preço-alvo de R$ 4, um avanço de 29% em relação ao último fechamento. “Nossa recomendação de compra é baseada em nossa expectativa de uma dinâmica de resultados melhores à frente, com as vendas das mesmas lojas acima do reajuste da CMED, principalmente por conta dos ajustes nas lojas e operações da Extrafarma”, salientam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
Os analistas reconhecem que a Pague Menos (PGMN3) está com alavancagem elevada, mas a maioria comenta que a empresa vem melhorando seus resultados e cumprindo as metas de redução do endividamento.