O setor de shoppings, que já mostrou resultados sólidos, deve seguir em melhora contínua | Foto: Envato Elements
Com o término da safra de balanços do terceiro trimestre – os últimos serão divulgados nesta segunda-feira (14) – uma das perguntas que se coloca é qual a expectativa para o término do ano das empresas com ações em Bolsa. O cenário macroeconômico do País e do mundo balizam as previsões.
Na opinião de analistas consultados pelo Broadcast, o setor de shoppings, que já mostrou resultados sólidos, deve seguir em melhora contínua das métricas no critério mesmas lojas (SSS) e aluguel mesmas lojas (SSR). “Acreditamos que o último trimestre pode ser uma oportunidade interessante para as empresas do setor se beneficiarem de um maior fluxo de consumidores nos shoppings em função das festividades de fim de ano e férias escolares”, afirmam Ricardo Peretti e Alice Corrêa, estrategistas de ações da Santander Corretora.
Outro setor que tende a ir bem, apesar das incertezas sobre a economia, na opinião de Danilo Maturano, da CM Capital, é o de exportação de proteínas animais, apesar de defasado se comparado a exercícios anteriores. Para ele, a projeção é positiva se considerado os efeitos de oferta e demanda e alta do dólar. “O setor vem expandindo participação em mercado estrangeiro, levantando a perspectiva de maior estabilidade para os próximos meses”, argumenta.
Fernando Damasceno, do Modalmais, também acredita no bom desempenho dos frigoríficos e acrescenta à lista os setores de mineração e siderurgia. São empresas que sofreram muito ao longo do ano pelo severo lockdown na China e que podem ter um fôlego com a possível reabertura do mercado chinês e a volta dos volumes de exportação.
Na outra ponta, ou seja, o que deve ser olhado com cautela, está o setor bancário. Após a surpresa do Bradesco nesta semana, que registrou queda de lucro acima do esperado pelo mercado em razão do aumento de provisões, espera-se que o endividamento das famílias continue a afetar os resultados das instituições financeiras. Maturano avalia que, mesmo com maior spread sobre as operações de crédito, o setor pode ter dificuldades no próximo semestre em manter a lucratividade, devido à tendência de redução nas concessões de crédito.
A cautela se estende ainda ao setor de e-commerce e ao chamado varejo discricionário, que mostrou resultados fracos no terceiro trimestre de 2022. Ricardo Peretti e Alice Corrêa ponderam que a venda de eletrônicos e bens duráveis, dois segmentos essenciais para as empresas do setor, seguem em um ritmo de arrefecimento e com pouca visibilidade de retomada. Isso tudo em razão do cenário macroeconômico em geral, com queda do poder de compra da população e o desemprego.
Para Damasceno, a inflação e a taxa Selic ainda altas, associadas à desaceleração econômica global, mostram que os tempos serão desafiadores neste trimestre e no próximo ano.
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Com relação às recomendações de Top Picks para a próxima semana, a Ativa investimentos fez três trocas: Bradesco PN, CSN ON e EDP ON entraram no lugar de Ambev ON, Eneva ON e GPA ON.
O BB Investimentos mudou quatro ações. Saíram B3 ON, Lojas Quero Quero, Rede D’Or ON e Vale ON e entraram Bradespar PN, FL ON, JBS ON e Klabin Unit.
A CM Capital trocou toda sua carteira. Saíram Alpargatas ON, Localiza ON, Magazine Luiza ON, Méliuz ON e Via ON. E entraram Gerdau PN, Klabin Unit, Suzano ON, Usiminas PNB e Vale ON.
A Mirae Asset fez apenas uma troca: da Cogna ON por Multiplan ON.
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A MyCap fez três alterações. Tirou Americanas ON, Dexco ON e EzTec ON e colocou BrasilAgro ON, Cemig PN e JBS ON.
Na Órama, foram duas trocas. B3 ON e Romi ON deram lugar a Bradesco PN e Vale ON.