Após um fim de semana de intensas negociações, o UBS anunciou a compra do Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços, US$ 3,25 bilhões, neste domingo (19). A combinação dos dois arquirrivais suíços vai resultar em um banco com mais de US$ 5 trilhões em ativos totais espalhados pelo mundo. O histórico negócio foi costurado às pressas nos últimos dias para estancar a crise do Credit Suisse, que ganhou novo capítulo na semana ada, elevando as tensões em relação ao setor bancário após três bancos fecharem as portas nos Estados Unidos em dias.
O Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país), a FINMA, principal autoridade de supervisão financeira do país, e o Departamento Federal Suíço de Finanças foram os agentes quem iniciaram as conversas e apoiam a transação, conforme comunicado. “Esta aquisição é atraente para os acionistas do UBS, mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, este é um resgate de emergência”, disse o presidente do conselho de istração do UBS, Colm Kelleher, em comunicado à imprensa sobre a aquisição.
De acordo com ele, a transação estruturada vai preservar o valor deixado do Credit Suisse, mas limitará a “exposição negativa” do UBS após as crises enfrentadas pelo banco adquirido. Os negócios de banco de investimento combinados representam aproximadamente 25% dos ativos ponderados pelo risco do grupo, uma das áreas questionadas por investidores pela parte do banco adquirido.
“Dadas as recentes circunstâncias extraordinárias e sem precedentes, a fusão anunciada representa o melhor resultado disponível”, afirmou o presidente do Conselho de istração do Credit Suisse, Axel P. Lehmann, também em comunicado neste domingo. Segundo ele, este tem sido um “momento extremamente desafiador” para o Credit Suisse. “Embora a equipe tenha trabalhado incansavelmente para resolver muitos problemas legados significativos e executar sua nova estratégia, somos forçados a chegar a uma solução hoje que forneça um resultado duradouro”, acrescentou.
O UBS afirmou que o banco resultante da compra do Credit Suisse será um gestor de líder na Europa, na qual ganhará escala, com ativos investidos de mais de US$ 1,5 trilhão. “A combinação apoia nossas ambições de crescimento nas Américas e na Ásia, acrescentando escala aos nossos negócios na Europa, e estamos ansiosos para receber nossos novos clientes e colegas em todo o mundo nas próximas semanas”, disse o CEO do USB, Ralph Hamers.
Conforme os termos acertados, os acionistas do Credit Suisse receberão 1 ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit Suisse detidas, equivalente a 0,76 franco suíço (CHF) por ação por um valor total de 3 bilhões de francos suíços. O UBS se beneficia de 25 bilhões de franco suíços de proteção contra perdas da transação para apoiar marcas, ajustes de preço de compra e custos de reestruturação e proteção adicional contra perdas de 50% em ativos não essenciais.
“Ambos os bancos têm o ir às facilidades existentes do Banco Central da Suíça, por meio das quais podem obter liquidez do SNB de acordo com as diretrizes sobre instrumentos de política monetária”, informa o UBS, em comunicado. Na semana ada, o órgão regulador disponibilizou uma linha de 50 bilhões de francos suíços, US$ 54 bilhões, ao Credit Suisse em meio à nova crise enfrentada pelo banco. O UBS espera que a combinação dos dois negócios gere reduções de custos anuais de mais de US$ 8 bilhões até 2027.
Segundo a instituição suíça, a expectativa é de que a transação gere lucro por ação até 2027 e o banco “permaneça capitalizado” bem acima de sua meta de 13%. O atual chairmam do UBS Colm Kelleher será o presidente do Conselho de istração e o CEO do banco, Ralph Hamers, também ocupará o mesmo cargo na instituição resultante da compra do Credit Suisse. O UBS informa que não sé necessário submeter a transação aos acionistas do banco. Isso porque o negócio já conta com um pré-acordo do BC da Suíça, da FINMA e do Departamento Federal Suíço de Finanças.