Quanto rendem R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil na poupança com a Selic a 14,75%?
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A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano, anunciada na última quarta-feira (7), após o fechamento dos mercados, trouxe novas perspectivas para os investidores. Trata-se do maior patamar desde agosto de 2006, refletindo a persistência da inflação e a pressão cambial, que têm dificultado a recuperação econômica do país. Com a Selic neste nível, a caderneta de poupança, tradicional destino dos pequenos investidores brasileiros, enfrenta um cenário desafiador.
Embora a Selic seja determinante para o rendimento da poupança, as regras de cálculo não acompanham integralmente as altas da taxa básica, limitando os ganhos desse tipo de aplicação.
Conforme o E-Investidor, atualmente, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que varia de acordo com os juros praticados pelas maiores instituições financeiras do país. Isso resulta em um rendimento anual de cerca de 6%, bem abaixo de outras alternativas de renda fixa disponíveis no mercado.
Diferentemente de outros investimentos conservadores que ajustam automaticamente seus retornos conforme a Selic sobe, a poupança permanece atrelada a regras que a tornam menos atrativa em períodos de juros elevados.
Para Gustavo Moreira, planejador financeiro e especialista em investimentos, isso significa que quem mantém recursos na poupança pode estar perdendo poder de compra. “Na prática, quem mantém recursos na caderneta de poupança está vendo seu poder de compra derreter silenciosamente mês após mês”, afirma.
Bruna Centeno, sócia da Blue3 Investimentos e especialista em renda variável, ressalta que, com a Selic a 14,75%, a poupança se torna uma escolha pouco eficiente para quem busca preservar e multiplicar seu patrimônio.
Quanto rendem R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil na poupança?
Fabio Gallo, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) e colunista do Estadão, analisou a rentabilidade de aplicações de R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil na poupança, considerando uma rentabilidade anual média de 7,5% e uma inflação projetada em 5,53%. Os resultados apontam que, mesmo sem incidência de Imposto de Renda, os ganhos reais são modestos:
Rentabilidade bruta em 1 ano
IR (em R$)
Rentabilidade Líquida (em R$)
Valor Real (descontada a Inflação) (em R$)
Investimento de R$ 1 mil
7,50%
0
75,00
15,55
Investimento de R$ 5 mil
7,50%
0
375,00
77,76
Investimento de R$ 10 mil
7,50%
0
750,00
155,53
A tabela evidencia que, apesar de isenta de imposto, a poupança oferece rendimentos bastante limitados quando comparados a outras alternativas de renda fixa, que costumam render mais de 12% ao ano, dependendo do prazo e do emissor.
Para investidores que priorizam segurança e liquidez, as opções pós-fixadas, como o Tesouro Selic e alguns CDBs, se mostram mais vantajosas do que a poupança no longo prazo, apesar da incidência de imposto. Além disso, esses produtos contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por instituição financeira, por F.