As ações da Azul (AZUL4) registram a maior alta do Ibovespa hoje, depois de a empresa divulgar o seu balanço do quarto trimestre de 2024. No fechamento, os papéis da companhia aérea dispararam 4,13% cotados a R$ 3,78. Ao longo da sessão, já oscilaram entre máxima a R$ 3,94 e mínima a R$ 3,75.
Nos últimos três meses do ano ado, a Azul reportou lucro líquido ajustado de R$ 62,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 270,6 milhões registrado em igual intervalo de 2023. No critério não ajustado, houve prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões ante lucro de R$ 403,3 milhões um ano antes.
Na avaliação da XP Investimentos, a Azul entregou resultados operacionais positivos, com destaque para o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 1,951 milhões do trimestre, uma alta de 33% na comparação anual, em linha com a estimativa da corretora e com o guidance (projeção) da empresa.
Os principais fatores que impactaram os resultados da Azul, na visão da XP, foram um desempenho estável de receitas unitárias (RASK) e uma dinâmica positiva do custo por assento (CASK), com a valorização do dólar sendo compensada por menores preços de combustível, pela transição para aeronaves de última geração mais eficientes e pelas iniciativas de redução de custos.
O CASK recuou 0,7%, para 44,98 centavos de real, na comparação anual, apoiado por um sólido aumento da taxa de ocupação para 84,2% e pelo forte crescimento de outras receitas, que foi impulsionado pela operação de carga, compensando a dinâmica mais fraca da tarifa de ageiros. “Destacamos que continuamos vendo um ambiente de forte demanda tanto no mercado doméstico quanto no internacional”, destaca a XP.
Em termos de rentabilidade, a Azul conseguiu registrar uma redução anual de 6,5% do CASK, que atingiu 34,93 centavos de real no quarto trimestre de 2024. O resultado foi alcançado mesmo com uma depreciação cambial de 18% que foi parcialmente compensada por preços de combustível 17% menores.
Mesmo considerando os resultados positivos, a XP mantém a sua recomendação neutra para a Azul. “Reiteramos nossa recomendação neutra em um cenário macro ainda desafiador e com potencial de diluição relevante”, explica a corretora, referindo-se aos acordos realizados pela aérea com arrendadores e fornecedores de aeronaves, que geram um risco de diluição de capital aos acionistas.
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Para o Goldman Sachs, os números da Azul vieram em linha com as estimativas do banco e com o consenso da Bloomberg para o trimestre. Um dos destaques foi a margem Ebitda de aproximadamente 35,2%, que representa uma expansão de cerca de 6 pontos percentuais na comparação anual.
O banco também aponta os dados de liquidez. A companhia aérea encerrou o quarto trimestre de 2024 com cerca de R$ 3,1 bilhões em liquidez imediata (incluindo caixa e equivalentes, investimentos de curto prazo e contas a receber), um aumento de 22,5% em relação ao trimestre anterior.
Assim como a XP, o Goldman também mantém recomendação neutra para a Azul. Os principais riscos para a ação, em sua visão, incluem preços do petróleo acima do esperado, desvalorização do real em relação ao dólar e uma menor demanda por viagens aéreas, além da concorrência no setor.