As bolsas de Nova York retomaram fôlego no início da tarde e fecharam a terça-feira (3) em alta, impulsionadas pelos setores de energia e tecnologia. O índice Nasdaq, em particular, voltou a registrar ganhos no acumulado do ano, mesmo com a persistência de incertezas em torno das negociações comerciais globais. Os títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) e o dólar também subiram hoje.
O Dow Jones subiu 0,51%, aos 42.519,64 pontos; o S&P 500 avançou 0,58%, aos 5.970,37 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 0,81%, aos 19.398,96 pontos. Os dados são preliminares.
As ações da Nvidia subiram 2,8%. A Jefferies incluiu a fabricante de chips de IA em sua lista de “Franchise Picks”. O analista Blayne Curtis espera que os chips Blackwell elevem a margem bruta da Nvidia para 70% a 80% neste ano, acima dos 61% do primeiro trimestre fiscal. Dados da Dow Jones indicam que a Nvidia pode ultraar a Microsoft como maior empresa dos EUA em valor de mercado.
Os ADRs da Taiwan Semiconductor Manufacturing avançaram 1,4%. Em assembleia de acionistas, o CEO C.C. Wei disse que a demanda por IA continua forte e a fabricante de chips deve sofrer impacto limitado das tarifas. Segundo o executivo, as tarifas normalmente são assumidas pelos importadores e não afetarão diretamente a empresa.
As ações da Tesla ganharam 0,5%, enquanto a empresa se aproxima do lançamento do seu serviço de táxi autônomo treinado com IA, segundo informações do CEO Elon Musk. Relatos indicam que o lançamento está marcado para 12 de junho.
Os ADRs da chinesa NIO subiram 0,3%, depois de caírem no início do pregão. Nesta terça-feira, a montadora de veículos elétricos divulgou um prejuízo maior que o esperado no primeiro trimestre, de US$ 0,45 por ação, além de uma receita abaixo das estimativas dos analistas. A empresa entregou 42.094 veículos no trimestre, ante 30.053 no mesmo período do ano anterior.
A Ferguson Enterprises disparou 17,3%. A distribuidora de suprimentos hidráulicos e de aquecimento elevou suas projeções para o ano fiscal após divulgar receita de US$ 7,62 bilhões no terceiro trimestre fiscal, acima das estimativas de Wall Street, de US$ 7,42 bilhões.
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A Credo Technology também saltou 14,8%. A fornecedora de soluções de conectividade de alta velocidade para data centers divulgou resultados superiores às estimativas de analistas para o quarto trimestre fiscal e projetou receita de US$ 185 milhões a US$ 195 milhões para os próximos três meses, acima do consenso de US$ 162,4 milhões.
O segmento nuclear ganhou destaque após a Meta Platforms anunciar um acordo com a Constellation Energy para comprar cerca de 1,1 gigawatts de energia da usina em Illinois a partir de junho de 2027. As ações da Meta caíram 0,6% e as da Constellation Energy recuaram 0,1%.
Juros dos EUA sobem
Os rendimentos dos Treasuries se recuperaram das mínimas do dia e operam em alta nesta terça-feira, com investidores avaliando o cenário econômico global e dos Estados Unidos, além de aguardarem novidades sobre o comércio internacional.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,955%. O rendimento da T-note de 10 anos avançava para 4,454%, enquanto o T-Bond de 30 anos operava em alta, a 4,979%.
Na parte da manhã, os yields chegaram a recuar, pressionados por um leilão de títulos públicos do Japão (JGBs) de 10 anos, que registrou sua maior demanda em um ano. A reversão no movimento ganhou fôlego após o relatório Jolts de abril mostrar alta inesperada no número de vagas de emprego, reforçando a percepção de resiliência no mercado de trabalho americano.
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Apesar do dado positivo do Jolts, os pedidos à indústria nos EUA recuaram um pouco mais que o esperado.
No cenário internacional, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo suas projeções de crescimento para 2025 e 2026, alertando que o ambiente global se torna “cada vez mais desafiador”. A projeção para o PIB dos Estados Unidos, por exemplo, deve cair de 2,8% em 2024 para 1,6% neste ano.
Na frente geopolítica, o chanceler chinês Wang Yi se reuniu hoje, em Pequim, com o novo embaixador dos Estados Unidos na China, David Pound, segundo a Xinhua. Os mercados seguem atentos à possibilidade de uma reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping ainda esta semana.
Enquanto isso, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que não vê necessidade de pressa para iniciar cortes de juros.
Moedas globais: dólar sobe
O dólar opera em alta frente a outras moedas de economias desenvolvidas nesta terça-feira, revertendo parte das perdas da véspera, enquanto investidores acompanham os desdobramentos da política tarifária do governo Trump e avaliam novos dados econômicos dos Estados Unidos.
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O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, avançou 0,53%, a 99,227 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 143,99 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1372 e a libra caía para US$ 1,3518.
Na agenda diplomática, o chanceler chinês, Wang Yi, reuniu-se em Pequim com o novo embaixador dos Estados Unidos na China, David Pound. O mercado segue atento à possibilidade de uma reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping ainda nesta semana.
Nos Estados Unidos, o relatório Jolts surpreendeu com alta para 7,391 milhões em abril. Segundo o CIBC, os dados reforçam a resiliência do mercado de trabalho americano, especialmente às vésperas da divulgação do payroll.
Na Europa, a desaceleração acima do esperado da inflação ao consumidor na zona do euro pressionou o euro, que chegou às mínimas do dia frente ao dólar, a US$ 1,1401. Já o iene recuou após o presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, afirmar que não buscará novas altas de juros sem garantias de que a economia esteja pronta.
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O franco suíço também caiu frente ao dólar e ao euro, após a Suíça registrar deflação pela primeira vez em quatro anos – o que, segundo analistas, aumenta a chance de cortes na taxa de juros pelo banco central do país.
Na Ásia, o won sul-coreano operava com leve estabilidade após as pesquisas eleitorais apontarem vitória do esquerdista Lee Jae nas eleições presidenciais da Coreia do Sul. De acordo com a Capital Economics, o prêmio de risco associado à moeda já foi absorvido pelo mercado, e as projeções para o won e para o mercado acionário local seguem relativamente otimistas.