O Goldman Sachs elevou a recomendação da XP (XPBR31) de neutra para compra, com preço-alvo de US$ 17 para US$ 23, visando um potencial valorização de 19% em relação ao fechamento da última terça-feira (3) no índice Nasdaq. Para o banco, a corretora está “bem posicionada” para se beneficiar da alavancagem operacional, com potencial de valorização adicional caso o crescimento da receita acelere.
“Além disso, a empresa conta com um índice de capital considerado saudável, o que sustenta perspectivas favoráveis para pagamento de dividendos e programas de recompra de ações”, destacam os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld e Lindsey Shema em relatório.
Para o banco, a XP tornou-se “menos dependente” de uma recuperação mais ampla do mercado, graças a uma combinação de receitas mais resilientes e diversificadas. Segundo o Goldman, as receitas provenientes de ações caíram para 21% da receita bruta no primeiro trimestre deste ano, ante 26% em igual período de 2024 e mais de 40% em 2021.
“Por outro lado, as receitas de renda fixa se tornaram o principal componente, subindo para 22% no primeiro trimestre, em comparação com 16% no ano anterior e apenas 13% em 2021”, ponderam os analistas do banco.
Para eles, essa mudança posiciona a XP a continuar crescendo suas receitas em ritmo de dois dígitos baixos, independentemente da velocidade dos cortes de juros. “Estimamos que as receitas possam crescer nesse ritmo, com uma opção positiva caso os juros caiam mais rápido do que o esperado”, comentam.
No cenário otimista (bull case), o Goldman Sachs estima crescimento de 21% nas receitas da XP em 2026, contra 11% no cenário-base. Ainda assim, o banco projeta alta de 16% no lucro por ação (EPS), impulsionado por alavancagem operacional e pelos recentes programas de recompra de ações, “com espaço para mais”, ressaltam os analistas.