A planejada fusão entre a Marfrig Global Foods (MRFG3) e a BRF (BRFS3) poderá gerar sinergias significativas e melhorar o fluxo de caixa das companhias, segundo avaliação da Moody’s Investors Service. A agência destaca o potencial de otimização fiscal estimado em aproximadamente R$ 3 bilhões anuais.
A operação, que transformará a BRF em uma subsidiária integral da Marfrig, está sujeita à aprovação dos acionistas em assembleias extraordinárias marcadas para o dia 18 de junho. Com a fusão, será criada uma nova entidade combinada, batizada de MBRF.
A Moody’s afirma que, embora a operação não altere os ratings das empresas – ambas classificadas como Ba2 com perspectiva estável -, os efeitos esperados incluem um ganho de sinergias operacionais e financeiras. As empresas projetam uma redução de custos e despesas de R$ 485 milhões por ano, incluindo economias de cerca de R$ 320 milhões em despesas comerciais e logísticas.
Outro ponto positivo apontado pela Moody’s é o fato de a fusão ser realizada por meio de troca de ações, o que permite à Marfrig ar integralmente os dividendos da BRF, estimados em R$ 3,5 bilhões, sem aumentar sua alavancagem. A Marfrig, por sua vez, também anunciou pagamento de dividendos de R$ 2,5 bilhões.
A agência observa que, desde que começou a consolidar os resultados da BRF em 2022, a Marfrig tem se beneficiado dos bons fundamentos da avicultura global, que impulsionaram os lucros da BRF em 2024 e no primeiro trimestre de 2025. Por outro lado, a própria Marfrig enfrenta margens mais apertadas em sua operação nos EUA, por meio da National Beef, e custos elevados com gado.
Considerando os pagamentos de dividendos anunciados, o saldo de caixa consolidado pró-forma das empresas aria de R$ 33,6 bilhões para R$ 27,6 bilhões, dos quais R$ 13,6 bilhões pertencem à BRF. A Moody’s ressalta que a fusão pode levar a mudanças na estrutura de capital para aproveitar sinergias na gestão da dívida, o que poderia influenciar os ratings das companhias futuramente.