O Ibovespa é o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
O Santander (SANB11) projeta que o Ibovespa chegará a 145 mil pontos no fim de 2025, segundo relatório de estratégia de ações para o Brasil divulgado nesta quinta-feira (19). Isso representa um avanço de 16,5% em relação ao nível de 17 de novembro, data usada pelos analistas do banco. “Nosso cenário básico para 2025 pressupõe prêmios de risco persistentemente elevados, com um custo de capital próprio do Ibovespa de 16,5% – alinhado com uma taxa de juros real sem risco de longo prazo de 7%, uma taxa de inflação de longo prazo de 4% e um risco de capital prêmio de 5,5%”, explica o banco no documento.
O relatório aponta ainda que o Brasil enfrente desafios significativos, incluindo o agravamento da situação fiscal, elevadas expectativas de inflação e uma moeda depreciada. “O recente pacote de cortes de gastos do governo foi visto como insuficiente para estabilizar a trajetória da dívida em relação ao PIB [Produto Interno Bruto], levando a uma maior ansiedade dos investidores“, afirma o Santander.
Em resposta a esses desafios, o Banco Central elevou as taxas de juros em 1 ponto porcentual na última reunião e ainda indicou mais dois aumentos nas próximas duas reuniões para ajudar a controlar as expectativas de inflação e conter a depreciação da moeda. “No entanto, isto poderá ter efeitos negativos para as ações brasileiras, incluindo uma atividade econômica mais lenta, despesas de capital reduzidas e maiores dificuldades financeiras para empresas altamente alavancadas”, destaca o banco.
“Acreditamos que os ativos brasileiros estão subvalorizados no curto prazo, mas será um desafio reverter esta tendência negativa sem medidas governamentais decisivas. Como resultado, prevemos uma fraqueza contínua dos preços dos ativos locais em 2025, interrompida por breves recuperações e períodos de estabilização”, acredita o Santander.
Para listar as ações que devem se destacar em 2025, o Santander realizou uma análise de criação de valor, com as empresas que geram resultados positivos com custo médio ponderado do capital (WACC) médio de dois dígitos. Entre os papéis destacados estão: Weg (WEGE3), Ambev (ABEV3), Direcional (DIRR3), BRF (BRFS3), Itaú Unibanco (ITUB4), Porto (PSSA3), RD Saúde (RADL3), Totvs (TOTS3), Vivara (VIVA3) e SLC Agrícola (SLCE3).
