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Educação Financeira

O banco que rejeita juros ‘astronômicos’ e salva brasileiros de dívidas

Banco Palmas, de Fortaleza-CE, atua com foco em mulheres pobres e fomenta economia local. Conheça a história

Por Daniel Rocha

07/08/2023 | 3:00 Atualização: 07/08/2023 | 11:36

Pela janela de casa voltada para a rua, Michele da Silva, de 40 anos, consegue ter um faturamento diário em torno de R$ 10 a R$ 20 com as vendas de alimentos e bebidas da sua mercearia. O valor é baixo em comparação a outras atividades econômicas, mas tem ajudado ela e o marido a criar uma poupança e reforçar o orçamento familiar.

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Já Berenice Lima, de 41 anos, trabalha como costureira e sonha em ter um negócio próprio para melhorar a sua qualidade de vida. O salário que tinha com os reparos de roupas mais o benefício do programa Bolsa Família, no valor de R$ 600, não têm sido o suficiente para pagar as contas de casa.

As duas moram no bairro Conjunto Palmeiras, localizado em Fortaleza, no Ceará. No entanto, a região onde vivem não é a única semelhança entre elas. As histórias dessas mulheres estão interligadas ao papel social de uma instituição financeira, chamada Instituto Banco Palmas.

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Com 25 anos de existência, o banco comunitário foi o primeiro do Brasil a democratizar o o a serviços financeiros para a população de baixa renda. De 1998 até hoje, outras 147 iniciativas semelhantes surgiram em outras regiões pobres das cidades brasileiras, segundo levantamento feito por Carolina Gabriel de Paula Pupo em sua tese de doutorado, publicada em 2022, pela Universidade de São Paulo (USP) sobre bancos comunitários.

O trabalho desses bancos se assemelha ao das instituições financeiras tradicionais. Os moradores das comunidades são os correntistas para ter o a linhas de crédito. A grande diferença está no pagamento. Enquanto a média da taxa de juros para os empréstimos pessoais, cheque especial e de cartão de crédito variam de 6,1% a 14,8% ao mês nas principais instituições financeiras, segundo dados do Banco Central, os juros adotados pelo Banco Palmas não ultraam o patamar de 1% ao mês.

Graças a essas condições, Silva conseguiu ter o a um empréstimo no valor de R$ 900 há dois anos, parcelado em seis vezes. O dinheiro serviu para comprar algumas prateleiras e mercadorias para montar o mercadinho na garagem da sua casa. “O bom é que os juros são pequenos. O valor das parcelas cabem no nosso orçamento. Se não fosse esse empréstimo, não teria conseguido porque é difícil começar”, afirma a empreendedora.

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O negócio é simples e funcional. Há dois móveis em que ela utiliza para expor os produtos e os preços de cada item são desenhados por caneta em papel ofício. Desta forma, os clientes, que são os seus vizinhos, conseguem ver o que desejam comprar pela janela da casa dela voltada para a rua, que funciona também como “caixa” da mercearia. No fim do mês, a empreendedora consegue tirar o valor da parcela do empréstimo, comprar novas mercadorias e reforçar o orçamento de casa.

“O meu lucro vai para a comida e acabo ajudando o meu marido porque antes todas as despesas eram com ele. Como agora tenho o meu dinheiro, a gente já consegue fazer uma poupança”, comenta Silva. A reserva tem uma finalidade: comprar uma casa daqui dez anos no município de Uruburetama, localizado a 322 km da capital cearense. “Seria muito difícil fazer essa poupança. Pode parecer pouco, mas consigo ajudar bastante em casa”, ressalta.

A concessão do crédito

O empréstimo contratado por Michele da Silva é o mesmo que a costureira Berenice Lima, de 41 anos, busca conseguir no Banco Palmas. A linha de crédito está direcionada para as beneficiárias do programa Bolsa Família por meio de um projeto social chamado Elas. A iniciativa atua como uma “triagem” para identificar o tipo de crédito mais adequado à necessidade da cliente.

Para aquelas que buscam inserção profissional, o indicado é o crédito produtivo, na qual o banco concede um valor de 400 a 900 que será pago na moeda social, denominada como e-dinheiro, a juros que variam de 0,25% a 1% ao mês. Cada 1 e-dinheiro corresponde a R$ 1.

O prazo de pagamento também costuma ser mais ível e pode ser feito em até 12 vezes. “Trabalhamos com taxas de juros bem baixas porque sabemos que está condizente com a realidade das pessoas”, diz Nayara Sousa, coordenadora de microcrédito do Banco Palmas.

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O diferencial não se resume apenas a estas condições. Katiana Oliveira, assistente social do Banco Palmas, afirma que antes do dinheiro ser depositado na conta bancária as mulheres am por um acompanhamento que inclui mentoria de educação financeira. A ideia busca oferecer condições para que elas usem o recurso de forma mais assertiva e consciente. “Elas têm dificuldade de colocar todos os gastos na ponta do lápis e não possuem nenhum planejamento mensal. Vão vivendo o dia a dia e gastam conforme a necessidade”, diz Oliveira.

Educação financeira

Os encontros acontecem uma vez por mês na sede do Banco Palmas. São nesses momentos que Oliveira e Sousa ensinam para as clientes noções básicas de finanças pessoais, como anotar todos os gastos mensais.

Lima participou da oficina, realizada em junho, e ficou surpresa ao se deparar pela primeira vez com o seu custo de vida, que gira em torno de R$ 1.900. “O item que mais pesa para mim é a feira do mês. Eu não sei o valor total que gasto. Uso o dinheiro do Bolsa Família para a feira, mas quando acaba preciso tirar de outra renda”, diz a costureira.

O exercício ajuda as mulheres a enxergar quais são os itens que demandam maior parte da renda mensal e se há meios de reduzir ou economizar. No encontro de junho em que o E-Investidor teve a oportunidade de acompanhar, um dos gastos de maior peso no orçamento familiar era o pão, alimento descrito pela maior parte das mulheres como essencial. “Vi mulheres que gastavam R$ 250 apenas com pão por mês. É um valor muito alto para uma pessoa que só tem apenas o benefício do Bolsa Família”, ressalta a assistente social.

Ao identificar o problema, a coordenadora já trouxe exemplos de alimentos mais baratos e íveis que poderiam substituir o pão durante a roda de conversa. Cuscuz e tapioca entraram na lista dos candidatos. As mulheres também aprenderam a selecionar os itens considerados essenciais e as formas de conseguir uma renda-extra que possam reforçar o orçamento familiar.

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Todo esse processo busca orientá-las a istrar o recurso do empréstimo e os rendimentos provenientes do investimento. Na apresentação inicial do encontro, um dos pontos ressaltados por Katiana foi a importância das moradoras saberem istrar as finanças do lar para poder cuidar do próprio negócio. “Quando eu souber istrar a minha casa, vou saber istrar o meu negócio”, frisou Oliveira durante a oficina.

 

Os bancos comunitários versus bancos tradicionais

Os bancos comunitários, ao contrário dos tradicionais, não são regulados pelo Banco Central (BC) e não se configuram como cooperativas de crédito. Isso acontece porque essas instituições, segundo Carla Beni, economista e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), possuem uma gestão independente aos órgãos reguladores por representarem soluções pensadas por grupos sociais que vivem em regiões de baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) no Brasil para atender as dores financeiras da população local.

“A existência do banco e da moeda social servem para estimular a atividade econômica dentro dos seus limites territoriais em que atuam”, diz Beni. Por essa razão, a introdução das atividades voltada para a educação financeira torna-se essencial para o funcionamento das organizações para que a população entenda, além do funcionamento do banco comunitário, conceitos básicos de finanças pessoais e possam gerir o microcrédito de forma mais assertiva.

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Esse trabalho ajuda a manter o funcionamento do sistema financeiro desenvolvido pela comunidade ao desenvolver uma relação mais sustentável entre o banco e seus correntistas. “Sem esse mecanismo de educação financeira, a eficiência desses bancos nas comunidades se torna baixa”, acrescenta Beni.

A lógica também se aplica para as instituições financeiras tradicionais. Embora os bancos lucrem com a cobrança de juros a partir concessão de suas linhas de crédito, Amaury Oliva, diretor de Cidadania Financeira da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), explica que o endividamento da população atrapalha a eficiência das atividades bancárias e, caso atinja níveis elevados, pode causar até crises financeiras, semelhantes àquela de 2008 nos Estados Unidos. Entenda mais sobre esse assunto nesta reportagem.

“O super endividamento não interessa a ninguém, inclusive aos bancos. As instituições financeiras querem ter uma relação sustentável com os seus clientes”, diz Oliva. “A inadimplência pesa muito no custo do crédito bancário. Então, os bancos querem que haja menos inadimplência. Com menos inadimplência, teremos crédito mais barato”, afirma.

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