O que fez o bitcoin alcançar o seu menor nível de preço em quatro meses?

Por Daniel Rocha

10/03/2025 | 9:27 Atualização: 10/03/2025 | 9:43

O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)

O bitcoin hoje alcançou, na manhã desta segunda-feira (10), o seu menor patamar em quatro meses em meio à impaciência dos investidores com a ausência de novos acenos do governo norte-americano para a indústria de criptomoedas. Por volta das 8h30 (horário de Brasília), a maior criptomoeda em valor de mercado apresentava uma desvalorização de 2,61% no acumulado das últimas 24 horas. Com essa desvalorização, o ativo digital era negociado a US$ 82,5 mil, segundo os dados da CoinMarketCap.

O novo gatilho para a atual liquidação do BTC se deve ao incômodo do mercado com a ausência de notícias positivas após a realização do White House Crypto Summit, também conhecido como a primeira “cúpula de criptomoedas”, que aconteceu na última sexta-feira (7), na Casa Branca. O evento reuniu executivos de grandes players da indústria de criptoativos e buscava discutir o compromisso do governo de Donald Trump em flexibilizar o ambiente regulatório para o setor nos Estados Unidos.

Como o encontro não rendeu novidades para o setor, o bitcoin seguiu em ritmo de perdas no fim de semana até alcançar a marca dos US$ 82 mil. Esse declínio também é causado pela decepção dos investidores com a ordem executiva, assinada por Trump, na última quinta-feira (6), que determina a criação de uma reserva estratégica de bitcoin. Ao contrário do que se imaginava, o estoque será formado apenas por bitcoins detidos pelo governo federal em processos legais. David Sacks, chefe de criptomoedas da Casa Branca, explicou em uma publicação no X que a reserva de BTCs não custará “um centavo aos contribuintes”.

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O mesmo deve acontecer com a reserva voltada para as outras criptomoedas, como o ethereum (ETH), Ripple (XRP) e Cardano (ADA). O volume, assim como o BTC, será formado com ativos confiscados “em processos criminais ou civis”. Segundo informações da CNBC, até o momento, os Estados Unidos possuem mais de 198 mil bitcoins que são avaliados em US$ 17 bilhões, enquanto o governo americano possui cerca de 56 tokens de ether que são avaliados em quase US$ 119 milhões. Não há informações sobre volumes relacionados a outros ativos digitais, como Cardano (ADA) e XRP (XRP).

Apesar da frustração dos investidores que apostavam na possibilidade do governo americano comprar bitcoins e outros ativos para compor a sua reserva, os analistas de criptomoedas argumentam que a medida sinaliza um marco importante para a indústria de cripto. “O ponto central é que a maior economia do mundo está reconhecendo o Bitcoin como um ativo estratégico. Além disso, a ordem executiva distingue claramente o Bitcoin das altcoins, tratando-o de forma diferenciada”, diz Caio Leta, Head of Content and Research da Bipa.