Essa cidade do Rio de Janeiro criou sua própria moeda e oferece renda básica à população

O projeto, iniciado em 2013, já beneficia metade da população local e tem aquecido a economia da cidade de forma significativa.

A medida surgiu com o reforço na arrecadação de royalties do petróleo, permitindo à prefeitura investir em políticas sociais de longo prazo.

Segundo a Prefeitura de Maricá, a moeda social mumbuca, cujo valor é equivalente ao real, ou a ser usada no pagamento de benefícios sociais, fortalecendo o comércio e promovendo a inclusão financeira de milhares de moradores.

De 40 famílias a mais de 90 mil beneficiários

No primeiro ano do programa, apenas 40 famílias de baixa renda foram contempladas com um valor de 70 mumbucas por mês. Com o ar dos anos, os números cresceram de forma expressiva. Hoje, cerca de 91,487 mil pessoas recebem mensalmente as mumbucas, o que representa um investimento de R$ 18 milhões mensais, oriundos dos royalties do petróleo.

O impacto é notório: uma pesquisa coordenada por Fábio Waltenberg, professor de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), apontou que os beneficiários tiveram um aumento na renda e no consumo. Os maiores efeitos positivos foram percebidos em lares chefiados por mulheres e com crianças.

Durante a pandemia de Covid-19, o sistema se mostrou ainda mais eficiente. O cadastro prévio das famílias possibilitou um rápido aumento no benefício, que chegou a 300 mumbucas por pessoa, ajudando a conter os efeitos da crise sanitária.

Com a mumbuca, Maricá mostra que políticas públicas bem planejadas, com foco na inclusão e sustentabilidade econômica, podem transformar a vida de milhares de pessoas. Essa experiência de sucesso com renda básica e moeda própria continua sendo um exemplo poderoso de inovação social no Brasil.

Colaborou: Victória Gabriella.